A consultoria econômica Deloitte divulgou este mês relatório que pontua a importância dos esportes femininos mundialmente e destaca que a prática de diferentes modalidades por mulheres deverá atingir em 2025 uma receita global de US$ 2,35 bilhões, ou R$ 13,3 bilhões, segundo a revista Forbes. No ano passado, o universo de esportes femininos também movimentou grandes valores, da ordem de R$ 10,6 bilhões.
No comunicado da firma global de consultoria divulgado à imprensa, Pete Giorgio, líder de esportes da Deloitte reforçou que os esportes femininos tratam-se de um ramo econômico em expansão. “Estamos testemunhando uma transformação nos esportes femininos – o que antes era visto como potencial agora se tornou uma indústria bilionária em crescimento”, disse.
A Deloitte estimou também que, em 2025, a maior parte da receita global (54%) virá de patrocínios e parcerias comerciais. Em seguida, a transmissão de jogos, que representará 25% da receita total. No ano passado, as transmissões haviam gerado 21% da receita. A receita de bilheteria corresponderá ao restante.
“Com a receita ultrapassando a marca de US$ 2 bilhões neste ano, a discussão não é mais sobre provar valor, mas sobre escalabilidade para o futuro”, disse Giorgio, da Deloitte. “O desafio agora é sustentar esse impulso e convertê-lo em sucesso a longo prazo, com investimentos adequados, infraestrutura e oportunidades que permitam o crescimento dos esportes femininos em escala global”.
No Brasil, a evolução da presença feminina e de seus impactos sobre o universo esportivo pode ser exemplificada pela presença brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris, no ano passado: pela primeira vez, a delegação do país teve maior participação de mulheres ante homens, com 153 atletas femininas, ou 55% dos representantes brasileiros.
A maior medalhista olímpica da história do Brasil, a ginasta Rebeca Andrade, bicampeã no salto, além de detentora de uma série de outras medalhas em olimpíadas e em campeonatos mundiais, chama atenção para os esportes femininos e seu potencial. Nascida em Guarulhos (SP), iniciou sua trajetória no Ginásio Bonifácio Cardoso, em projeto coordenado pela Prefeitura na cidade da região metropolitana paulista.
“Contarmos com uma multicampeã com este perfil e os resultados que traz para o país, como é a Rebeca Andrade, se alinha com as conclusões deste estudo internacional, que tem também um sentido importante de demonstrar que o esporte feminino deve ser levado a sério, por seus potenciais, sua audiência e seu enorme significado econômico”, disse a coordenadora nacional do PSD Mulher, Alda Marco Antonio. “E quando tratamos de esporte e sua importância é preciso lembrar das vantagens para a formação de crianças e jovens por exemplo. Precisamos defender sempre que as redes de educação pública ofereçam esporte como elemento de formação”, completou.