Alda Marco Antonio, coordenadora nacional do PSD Mulher: “Pesquisa revela o quanto é necessário pesquisar e compreender a pauta da discriminação”

 

Redação Scriptum

 

Estudo divulgado nesta segunda-feira (12) pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), organismo vinculado à ONU, indica que 84,5% das pessoas no Brasil têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. O levantamento foi feito pelo órgão com entrevistas em 80 países e trata de diferentes dimensões de preconceito às mulheres: integridade física, integridade educacional, também política e a dimensão econômica.

Segundo a ONU, os piores indicadores no Brasil se referem à integridade física, abrangendo violência íntima e o direito à decisão de ter ou não ter filhos. O estudo aponta que 75,56% dos homens têm preconceito quanto a mulheres nesse aspecto, e também as mulheres: 75,79% também têm.

A coordenadora nacional do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, ressaltou a importância de estudos como este e lembrou a importância de debate sobre o assunto. “Cada pesquisa sobre esta temática de discriminação mostra o quanto precisa de discussão na sociedade”, disse. “E, além disso, revela o quanto é necessário pesquisar e compreender a pauta da discriminação”, completou.

Alda chama atenção para o aspecto do estudo que mostra mulheres reproduzindo visão machista, como aquelas que revelaram preconceito contra seu próprio gênero. “A mulher que reproduz o machismo foi ‘colonizada’, vítima que é do machismo estrutural da sociedade”, disse. “Daí a importância de mostrar àquelas que sugerem, por exemplo, que mulheres não são tão boas quanto os homens, que elas são vítimas deste pensamento. Algo que precisa ser combatido 24 horas por dia e que buscamos fazer no PSD Mulher”, destacou.

No recorte específico de política, o PNUD apontou que 39,91% das pessoas revelaram preconceito de gênero. Além disso, entrevistados pontuaram acreditar que mulheres não são tão boas políticas como os homens ao desempenharem funções públicas.

Apenas 15,5% dos brasileiros não têm preconceito contra mulheres, de acordo com o levantamento, o que representa evolução em relação a estudo de 2012, quando o indicador era de 10,2%.

Para Alda, a pesquisa também é importante por discutir as diferentes dimensões do preconceito e estigma da mulher. A coordenadora nacional do PSD Mulher ressaltou que o estudo reforça a importância de atividades de formação e discussão sobre o espaço da mulher em diferentes dimensões da sociedade.

O PSD Mulher é o movimento que promove encontros e atividades para desenvolver ações afirmativas visando a participação feminina na política. Tem como meta ampliar a representação feminina nas diferentes instâncias do Poder Público, levar adiante a discussão de temas relevantes para as mulheres e a proposição de políticas públicas com este foco.