O PSD Mulher promoveu na quinta-feira (21), em São Paulo, palestras e debate com foco em aspectos psicológicos e suporte social para casos de relacionamentos abusivos. O evento, na sede do partido, teve a presença de filiadas a lideranças, e apresentações da psicóloga clínica Angela Lupo e a assistente social Beatriz Pakrauskas. As duas profissionais têm larga experiência em temas relacionados a gênero, e atuaram no ambulatório do serviço de suporte a casos de violência sexual do Hospital Pérola Byington.
Alda Marco Antonio, coordenadora nacional do PSD Mulher, destacou a importância do tema, e ressaltou que as falas também foram transmitidas por aplicativo de videoconferência, permitindo que filiadas de todo o país acompanhassem a atividade. Já Ivani Boscolo, secretária nacional do PSD Mulher, lembrou a importância do tema “principalmente neste mês de março, em que temos o Dia Internacional da Mulher”.
Angela Lupo e Beatriz Pakrauskas apontaram que é necessário conscientização e categorização sobre relacionamentos impróprios, e a identificação de aspectos abusivos do ponto de vista psicológico. “E é preciso haver uma escuta sem julgamentos para, por exemplo, mulheres que são vítimas de abusos”, disse Ângela.
Beatriz destacou o papel como “militantes” das participantes do encontro, pontuando a gravidade do tema discutido e a condição de levarem o debate adiante. “A cada dez mulheres, três sofrem algum tipo de violência doméstica”, pontuou, citando dados do Senado Federal.
Angela e Beatriz ressaltaram que abusos emocionais são uma forma de violência, e também pontuaram exemplos que são qualificados como “naturais” em uma sociedade machista, como manifestações de ciúmes serem indicativas de afeto ou violência ou abuso psicológico serem “normalizados”.
Citaram uma série de aspectos de violência que se colocam em relacionamentos que são abusivos, como violência patrimonial (em que salários de mulheres, por exemplo, são subtraídos, ou dívidas são contraídas no seu nome), sexual, moral e os mais graves ataques por questão de gênero, os feminicídios.
Também pontuaram os diferentes tipos e exemplos de abusos psicológicos, como chantagens, ameaças, “gaslighting” (manipulação ou desacreditação), confinamento doméstico e humilhação. E explicaram mecanismos do “ciclo da violência”, que tipicamente ocorrem quando há ataques e condutas abusivas.
“As questões de gênero, violência e não mesmo grave que são os abusos psicológicos estão na ordem do dia, obviamente, e precisam ser enfrentadas de frente. Nosso partido busca então levantar esse debate e contribuir com o enfrentamento”, disse Alda.