Cinco mulheres que se destacaram na defesa dos direitos e das questões de gênero no Brasil serão homenageadas esta semana pelo Senado, com a entrega do Diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz. Os nomes foram indicados pela Bancada Feminina na Casa, que é presidida pela senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB). As agraciadas este ano são a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lóssio, a promotora de Justiça Dulcerita Alves, a delegada Eugênia Villa e as professoras Gina Vieira Ponte de Albuquerque e Mary Ferreira.
A premiação anual ocorre durante as atividades que marcam o Dia Internacional da Mulher. A entrega do prêmio ocorrerá nesta quarta-feira (6), às 10 horas.
Luciana Lóssio foi a primeira mulher a ocupar o cargo de ministra do TSE em uma das duas cadeiras da instituição destinadas, exclusivamente, para juristas. Também foi indicada para fazer parte do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH).
Dulcerita Alves atua na Promotoria da Mulher do Ministério Público da Paraíba (MP-PB), onde realiza extenso trabalho no combate à violência contra a mulher. É executora e gestora dos Projetos Florescer e Refletir no MP-PB.
A delegada Eugênia Villa é primeira mulher a ocupar o cargo de corregedora da Polícia Civil no estado do Piauí e é criadora da primeira delegacia de investigação de feminicídios do país, em Teresina, em 2015.
Gina Vieira Ponte de Albuquerque criou, em 2014, o Projeto Mulheres Inspiradoras, que recebeu o 1º Prêmio Ibero-americano de Educação em Direitos Humanos.
Mary Ferreira, mestra em Políticas Públicas, doutora em Sociologia e pós-doutora em Comunicação e Informação, tem diversos títulos de reconhecimento por sua contribuição para igualdade de gênero.
Bertha Lutz
Instituída pelo Senado em 2001, a premiação chega à 21ª edição e faz referência a Bertha Lutz (1884-1976), bióloga e advogada, uma das figuras mais significativas do feminismo e da educação no Brasil do século 20. Nascida em São Paulo, Bertha Maria Júlia Lutz é conhecida como a maior líder na luta pelos direitos políticos das mulheres brasileiras. Ela se empenhou pela aprovação da legislação que outorgou o direito às mulheres de votar e de serem votadas.
Em 1919, aprovada em um concurso público para pesquisadora e professora do Museu Nacional, tornou-se a segunda brasileira a fazer parte do serviço público no Brasil.
Tomou contato com o movimento feminista ao estudar na Europa. No retorno ao Brasil, fundou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF). Uma das principais bandeiras levantadas por Bertha Lutz foi a de garantir às mulheres o direito ao voto. Isso só ocorreu no Brasil em 3 de maio de 1933, na eleição para a Assembleia Nacional Constituinte.
Bertha Lutz foi eleita suplente para a Câmara dos Deputados em 1934. Em 1936 assumiu o mandato de deputada, que durou pouco mais de um ano. Ela faleceu em 1976, no Rio de Janeiro.