Presidente da Sociedade Esportiva Palmeiras, a empresária Leila Pereira organizou no último dia 16 de janeiro um evento que o clube da capital paulista qualificou como “histórico”: entrevista coletiva organizada apenas com a presença de jornalistas mulheres, em que a mandatária do time alviverde anunciou a renovação do contrato do treinador *Abel Ferreira* até 2025.

O evento aconteceu na Academia de Futebol, centro de treinamentos do Palmeiras na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Segundo o clube destacou em reportagem, “por quase duas horas, todas as profissionais presentes tiveram a oportunidade de questionar a mandatária palestrina sobre diversos assuntos relacionados ao clube”.

Na atividade, Leila pontuou que as mulheres não querem “privilégios”. “Queremos ter a oportunidade de mostrar que somos competentes, queremos ter espaço neste mundo do futebol que é tão masculino. Constantemente, vou a reuniões e só tem homens. Convoco coletivas de imprensa na Academia de Futebol e vejo 30 homens e duas ou três mulheres. Eu me sinto totalmente solitária, então temos de dar um basta. Não pode ser normal ter só uma mulher à frente de um grande clube na América do Sul. Por que isso acontece? Porque sofremos diversas restrições. Nós podemos estar onde quisermos, esse é o motivo da nossa reunião hoje”, afirmou.

A jornalista Milly Lacombe, colunista do portal “UOL” que esteve na entrevista coletiva, qualificou a iniciativa como revolucionária.

Alda Marco Antonio, coordenadora nacional do PSD Mulher, apontou que a iniciativa da presidente do Palmeiras chama a atenção e suscita debate não apenas sobre representatividade, como também sobre “empregabilidade” das mulheres. “Notar que ela fala por exemplo sobre a presença feminina no futebol e ocupando funções. Isso é uma reflexão importante e pode ser extrapolada para todos os segmentos da nossa sociedade”, disse.